Uma Prova de Amor

Até ontem de manhã não sabia sobre o que escrever no meu primeiro post aqui no Ratos na pipoca. Várias opções de filmes e livros, mas nenhuma inspiração. Foi quando resolvi assistir “Uma Prova de Amor” no Shopping da Gávea.

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Uns dois dias atrás haviam me falado a respeito do filme e fiquei bastante intrigada com o resumo que me fizeram: “É a história de uma menina que passou a vida doando sangue a irmã que tem câncer. Depois de muito tempo vivendo para manter a irmã viva ela resolve não mais ajudá-la e tal”. Achei um tanto esquisita essa descrição e até terrível – quase uma “falta de amor”, ao invés de uma “prova de amor”.

No meio da conversa, soube que a mãe das meninas era interpretada pela Cameron Dias e, confesso, franzi o celho. Coloquei o filme como última opção para uma ida ao cinema no fim de semana, abaixo de “UP”, “Verdade Nua e Crua” e “A Órfã”, mas continuei intrigada com a história. Ao chegar em casa, resolvi dar uma segunda chance ao filme e ler sua sinopse. Nada muuuito interessante, até um pouco piegas, enfim. No entanto, várias pessoas diziam ter adorado, amado o filme, chorado rios, que acabei aceitando-o.

Bendita a hora que decidi assisti-lo. Para começar, descobri que o diretor do filme (Nick Cassavetes) era o mesmo de “Diário de uma paixão” – o que já me animou, pois esse é um dos longas com o qual eu mais me emocionei nas últimas férias. Também me empolgue ao ver que a atriz que interpretava a “irmã doadora” era Abgail Breslin (sou fã dela desde “A Pequena Miss Sunshine” ^^).

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O longa-metragem foi baseado no best-seller “My Sister’s Keeper”, de Jodi Picoult, e conta a trama da família Fitzgerald através de inúmeros flashbacks e do ponto de vista de quase todas  personagens.

A história começa narrada por Anna que discorre sobre a imprevisibilidade que normalmente é o nascimento de uma criança. Ela então muda o foco para si, contando que veio ao mundo com uma finalidade: salvar a vida da irmã Kate que sofria de câncer. Aos onze anos, Anna contrata o famoso advogado Alexander Campbell (Alec Baldwin) para ajudá-la a entrar com uma ação contra seus pais pelo direito do seu próprio corpo, por uma “emancipação médica”.

Enquanto Anna conta que é “retalhada” desde que nasceu em benefício da irmã, doando sangue do seu cordão umbilical, medula óssea e diversas outras estruturas do seu corpo, você vai se envolvendo e se sensibilizando com situação da menina. A interpretação de Abgail é primorosa já no início e logo emociona o espectador – nem bem havia começado o filme e senti meus olhos lacrimejarem. Ela rouba a cena toda hora que aparece, até contracenando com atores mais experientes, como Campbell e Joan Cusak.

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Uma atuação certamente impressionante foi a de Sofia Vassilieva, que interpretou Kate. Nunca havia visto-a em nenhum outro filme e estranhei que uma personagem tão importante tivesse uma desconhecida como interprete. Admiradora da Dakota Fanning que sou, “reclamei” a atriz para o papel (só depois descobri que ela havia sido cotada para o papel e recusado, supostamente pela obrigatoriedade de raspar a cabeça). Entretanto, Sofia não deixou nada a desejar e a química que tinha ao contracenar com Abgail era notável. Sinceramente, adorei sua performace – ouso dizer que merece, inclusive, indicação ao Oscar.

Os atores Brennan Bayle e Thomas Dekker também tiveram participações elogiáveis. Não entrarei em muitos detalhes para não estragar o final, mas o primeiro, no papel de Jesse Fitzgerald, teve seu ponto alto no fim do filme, no tribunal. O segundo, como namorado de Kate, faz a gente sentir o amor que transcende os juramentos matrimoniais – “na saúde e na doença, até que a morte nos separe”.

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Os outros atores tiveram também momentos de destaque. Jason Patrick, que interpretou Brian, o pai das crianças, teve seu “instante de glória” quando contrariou a vontade da mulher e levou Kate e os outros filhos à praia para que a menina satisfizesse sua vontade de ver o mar. Cameron Diaz me surpreendeu. Não que tenha sido perfeita e intensa, mas eu não esperava nenhum talento dramático dela. Ela interpretou Sarah, a mãe que largou a profissão de advogada para se dedicar em tempo integral a filha Kate. Uma das cenas dela que certamente foi produzida para emocionar é quando ela raspa a cabeça para ficar igual a filha. Não surtiu muito efeito em mim, e provavelmente em alguns outros brasileiros, por ter visto a Carolina Dieckmann ter raspado a cabeça ao som Lara Fabian (Love By Grace) na novela das oito.

Aproveitando o gancho da música, tenho que frisar: a trilha sonora é linda e emociona em diversas cenas ao se combinar com a câmera lenta. Só teve um aspecto no filme que deixou a desejar para mim: a fotografia. Não achei das melhores, ainda mais comparando com “Diário de uma paixão”, que tem imagens belíssimas do início ao fim. Uma parte que me decepcionou bastante nesse sentido foi a da praia (principalmente a hora em que Kate levanta e tem um take dela de costas, olhando para o mar… achei opaca, sem cor). Era uma cena que tinha tudo para ser espetacular – cenário, família reunida, emoção. Porém, isso não foi o suficiente para que eu não gostasse do longa. Colocando numa balança, a direção, a atuação do elenco e a trilha contam muito mais.

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Ao longo do filme, várias questões interessantes são levantadas, como por exemplo: Têm os pais direito de gerar um filho para repor as partes “estragadas” de outro? A decisão de Anna em negar seu rim a irmã é acertada? Sarah estava certa quando decidiu negligenciar todo o resto para manter Kate viva a todo custo?

Enfim, apesar de tantas dúvidas continuarem martelando na nossa cabeça após o término do filme, a sensação de amor e fraternidade se aloja nas nossas almas e nos faz sentir vontade de festejar cada instante da nossa vida com a intensidade do que é efêmero e ao mesmo tempo eterno.

Ficha técnica:

Uma Prova de Amor

Título original: My Sister’s Keeper umaprovadeamor1

Origem/Ano: EUA/2009

Gênero: Drama

Duração: 109 minutos

Direção: Nick Cassavetes

Roteiro: Jeremy Leven, Nick Cassavetes

Produção: Mark Johnson, Mark Kaufman

Fotografia: Caleb Deschanel

Trilha sonora: Aaron Zigman

Edição: Jim Flynn, Alan Heim

Elenco: Abgail Breslin (Anna Fitzgerald), Sofia Vassilieva (Kate Fitzgerald), Cameron Diaz (Sarah Fitzgerald), Jason Patrick (Brian Fitzgerald), Brennan Bayle (Jesse Fitzgerald),Thomas Dekker (Taylor Ambrose), Alec Baldwin (Alexander Campbell), Joan Cusak (Juíza De Salvo).

2 Comentários

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  2. Não sabia que você também era crítica de Cinema. É sério, porque você deu espaço pra certas informações (como nome de atores não tão conhecidos), falou de fotografia e de trilha. Enfim, coisas que críticos fazem. Se bem que você disse ter se empolgado também, hehe.
    Cameron Diaz é uma bela atriz. Dizem que ela é muito simpática também. Tem cara. Ah, e gostei. Beijos


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  • Jessica Cezar

    Carioca, 20 anos, aspirante a jornalista, entusiasta das novas mídias. Cursa o 3º período de Comunicação Social na PUC-Rio.

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  • Victor Rocha

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